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A cidade, o carnaval e o arquiteto

Planejar o espaço da cidade e nele intervir é uma ação multidisciplinar. Vários olhares são necessários para a definição de um ambiente aprazível e que contemple as diferentes necessidades da população. O arquiteto tem um papel extremamente importante nesta equipe e deve exercê-lo.

O uso múltiplo dos espaços em diferentes horários é extremamente bem-vindo, garantindo inclusive, a segurança dos usuários. Na cidade a vida acontece em toda a sua diversidade. Recentemente algumas situações me levaram a refletir sobre esse uso.

Pandemia e a transferência de parte considerável do trabalho para home-office mudou o uso da área central de grandes cidades, levando espaços antes cheios de vida, a tornarem-se quase abandonados (*). Esse quadro gerou o fechamento de várias lojas que afetou ruas inteiras. Menos gente circulando, menos segurança. Essa situação não se resolverá tão facilmente a curto prazo. No caso do Rio de Janeiro, a Prefeitura está trabalhando em um plano para requalificar a área central (2ª RA) sobre o qual falaremos em outra postagem, mas sugiro que sigam o perfil do arquiteto @Washington Fajardo (https://www.linkedin.com/in/washingtonfajardo).

Em relação à Acessibilidade e à Segurança chamamos a atenção para que sejam tomadas atitudes e decisões para que o usuário consiga efetivamente usar o espaço público e que este espaço seja acessível aos que possuem alguma condição especial ou que simplesmente estejam puxando uma mala, pois todos precisam, em algum momento, de uma rampa, por exemplo. A rampa é mais confortável para todos. A cidade precisa ser mais inclusiva. Ser acessível e inclusiva é ser também segura. O traçado das ruas e calçadas, bem como a iluminação e o fluxo de pessoas, ajuda a combater o uso indevido e as situações de violência.  

A cidade precisa ser “caminhável”. Já existem estudos sobre a “cidade de 15 minutos” em que se propõe um raio em que se possa resolver o seu dia a dia em uma caminhada ou com o uso de uma bicicleta, em no máximo 15 minutos. Como inexiste termo “caminhável” , o definimos como um piso que seja de fácil manutenção e que tenha durabilidade, que existam árvores, boa iluminação pública, dentre outros tópicos.

A acessibilidade passa também pela mobilidade urbana e pelo transporte coletivo de qualidade, itens que precisam ser considerados no desenho urbano. A conexão intermodal começa no papel, mas precisa de vontade política para tornar-se realidade, como tudo que envolve o coletivo.

Opa! Mas e o Carnaval? No Rio de Janeiro, tão conhecido internacionalmente pelo Carnaval, a festa começou nas ruas e até hoje ouvimos falar nos desfiles das Grandes Sociedades Carnavalescas (**). O Carnaval do início do século XX usava o centro da cidade como seu palco: Av. Rio Branco, Largo do Paço e até o Passeio Público. Com o passar do tempo, o aumento da população e a profissionalização do carnaval chegamos à Passarela do Samba (Sambódromo), mas o carnaval de rua com blocos improvisados sem uma alegoria predeterminada, continuou a existir e com muita presença por toda a cidade.

O sambódromo do Rio de Janeiro tem projeto de Oscar Niemeyer e foi inaugurado em 1984. Alguns são contra e outros a favor de colocar o desfile das escolas neste espaço de puro concreto. Mas isso já é outra história. A Passarela Professor Darcy Ribeiro (sim, esse é o nome oficial) foi concebida para ter uso o ano inteiro, para que o uso lhe desse vida e consequentemente manutenção, que o desfile durante o ano fosse outro, o da educação, sendo os camarotes e outros espaços usados como escola do ensino fundamental.

Em 2021 a cidade deve estar esvaziada também dos blocos de rua, mas eles devem ser considerados no planejamento dos futuros espaços, afinal eles existem e precisam conviver com os outros serviços da cidade que continuam a funcionar no período de Carnaval, tais como, ambulâncias e bombeiros que precisam chegar a seus destinos e é preciso que o fluxo funcione. 

Assim como na construção do Sambódromo, o arquiteto está presente na concepção de outros edifícios da cidade e nos espaços e desenhos do urbano. Esta responsabilidade precisa ser assumida pelo arquiteto que deve buscar as oportunidades de se fazer presente e, muitas vezes, coordenar as equipes multidisciplinares.

Além disso, todos como cidadãos devem participar das decisões para a cidade que é de todos e principalmente, de cada um. No Rio de Janeiro, a Prefeitura está com uma pesquisa aberta para saber a opinião da população sobre o Centro do Rio. Participe em https://reviver-centro-pcrj.hub.arcgis.com/

(*) ver também https://www.linkedin.com/pulse/covid-19-arquitetura-urbanismo-e-o-futuro-do-trabalho-sonia-lopes-/ publicado em 23 de maio de 2020.

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