Nos dois textos anteriores (*) tratamos o tema do empreendedorismo de forma geral sem focar especificamente em nenhuma categoria profissional. A partir de agora, trataremos dos profissionais que atuam em áreas tradicionalmente conhecidas como criativas e mais recentemente, batizados de “indústria criativa”. Nesse nicho, sempre acompanhei a realidade dos arquitetos, afinal faço parte deste grupo e assim, vivi na pele uma série de questões que ainda hoje são problemas para estes profissionais.
Para a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) as profissões da indústria criativa (**) são apresentadas em treze segmentos criativos: Arquitetura, Artes Cênicas, Audiovisual, Biotecnologia, Design, Editorial, Expressões Culturais, Moda, Música, Patrimônio e Artes, Pesquisa & Desenvolvimento, Publicidade & Marketing e TIC.
Esses profissionais têm em comum a paixão pelo que fazem e muitas vezes se sentem infelizes quando apenas desenvolvem ideias geradas por outros. Desta forma o “trabalhar por conta própria” aparece como a opção de caminho. Eles não identificam esta atitude necessariamente como “empreender” e ainda, ter uma empresa pode não ser um sonho, apenas uma forma de viabilizar a sua arte.
Durante muitos anos essa situação foi glamourizada, e a criatividade, o insight e até mesmo o devaneio eram estimulados. Nesse contexto, métodos, prazos, contratos, preços e formalização de processos eram demonizados. Mesmo ainda existindo profissionais resistentes, a profissionalização da gestão é inevitável no século XXI, principalmente com a crescente competição. O cliente não quer apenas a campanha de marketing que se destaque; ele também quer que seja entregue no prazo e por um preço de mercado. O cliente não quer apenas uma casa que atenda às suas demandas funcionais e estéticas, mas também um projeto correto, entregue no prazo e com todos os documentos necessários à execução da obra. Só a criatividade não basta.
Como esses profissionais estão sendo formados? As duas vertentes, criatividade e empreendedorismo, estão sendo contempladas nos cursos que formam arquitetos, atores, publicitários, músicos e outros?
O ser criativo deve lidar com uma série de informações, dos mais variados tipos, que ele absorve no seu dia a dia e as transforma em ação, no momento que a necessidade surge. Diversos métodos podem ajudar nesse processo.
As ideias que irrompem o consciente por meio dos famosos insights precisam ser viabilizadas e tornarem-se concretas. O profissional percebe então, que precisa gerir também pessoas, processos, finanças, sua imagem, contratos, cronograma, enfim, um monte de coisas que ele não estava preparado.
E você, que temas precisam ser endereçados em sua vida profissional?
(*) link dos textos:
(**) Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil – https://www.firjan.com.br/EconomiaCriativa/pages/default.aspx
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